sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ecsiste

"é como perder nos tetris"

Inspiração é coisa que existe. Eu nem sou profissional, não tenho obrigação. Mas o estar inspirado é só um conceito mal entendido. É uma receita de bolo, na verdade. É como perder no tetris, "e era como se jogasse espace invaders". Precisa-se de música, precisa-se de alcool, sono, ou coisa que os valha. Precisa-se, na verdade, de caneta, papel e uma grande confusão organizada. Acho que a entropia cuida do resto. A pontuação começa a me incomodar, a ortografia também. Porque até pouco tempo eu não percebia que não conhecia certas palavras tão fáceis e comuns quanto inchada e agora eu não sei se é inchada o que eu quero dizer mas o fato é que os pontos finais e vírgulas são realmente o que tem me incomodado além dessa dúvida se incomodado realmente se escreve assim... . Isso não foi nada genial e provavelmente alguém já fez melhor. É por isso que eu não tiro de mim essas coisas que eu não quero que me pertançam. Escrevo para um imaginário público real. O meu mal é a arte final, ter de finalizar me retira toda a arte. Quintana deve ser bem mais artista não enxuto, mas ninguém iria gostar de um Quintana molhado. Afinal, ninguém gosta de perceber que também pode fazer aquilo. Dá a obrigação de fazer arte também. Eis minha definição de artista: um alguém que todo mundo admira, mas ninguém quer ser. Agora meu dicionário tem três palavras, eu realmente não tenho muita pressa, se eu der meu tempo, alguém vai fazer isso por mim e eu me conformo com os créditos imaginários. É dolorosamente fácil e agradável supervalorizar os talentos alheios. Os próprios? Deixe que alguém sinta a dor de valorizá-los.

É estranha essa coisa de sentir menor do que é. E os animais se parecem mesmo com seus donos. Meu elefante ainda se encolhe quando vê passarinho.

Eu preciso dessa arte final, como quem precisa arrumar a casa pras visitas mesmo sentindo que tudo está no seu devido lugar. Ontem eu toquei algumas cores nos meus pensamentos. Elas são minhas cores brilhando em tons de azul. E são minhas, só minhas.

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