segunda-feira, 29 de junho de 2009

Moendo Moinhos

E os moinhos se moviam conforme o vento e o tempo. Moviam meu tempo. Arrastavam meus anos para embaixo de algum tapete alheio. Me mutilavam com seu constante movimento.
Eu preciso descansar. Preciso de um pouco de colo. O seu colo fica tão bonito assim visto por baixo. Com dor de cabeça. Com minha cabeça moendo. Movendo moinhos que pesam toneladas. Movendo amores impossíveis. Me pergunto onde estará meus dias perdidos movendo moinhos alheios. Onde estaria meus amores antigos. Onde estaria eu imersa em pensamentos alheios. Sobre anseios me jogo. Me arrasto, me enlaço. Caio em tédio. Mover. Minha vida cansa. Minhas pernas doem. Meus olhos precisam de águas passadas. Meu corpo precisa ser levado por essa corrente que me enlaça.
Meus moinhos. Meu tempo. Um vazio. De tempos em tempos movendo moinhos alheios. Sentindo falta de mim mesma. Imersa em pensamentos. Me perco em águas desconhecidas. E o vento me leva conforme sua dança. Eu perco. Eu ganho. Eu desapareço. Uma gota. Um moinho. E um sonho. Meu tempo. Minhas horas que escorrem. Preciso do seu colo para depositar nele todo o meu cansaço. Meus dias. O tempo caindo feito areia. Meus ombros doendo. O nosso tempo esvaindo.

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