quinta-feira, 2 de julho de 2009

Eu, nº 1417

Well, the music is over and they turned off the lights. Mas eu ainda estou aqui, o último, porém não um resumo ou uma conclusão. Apenas a sobra, assim mesmo, nesse tom, de conformismo, de quem já esperava ter de arrumar tudo no final, pôr as cadeiras sobre as mesas. Nem pior, nem melhor, o último apenas.

Não sou poético, ninguém é, no fim, todos cansam e vão para atrás das cortinas. Todos tiram suas máscaras e se descobrem exaustos de toda a comédia e tragédia da vida. No fim, ninguém se importa. Eu não me importo. Eu gosto de coisas que não fazem nem a mínima diferença, reparar no piscar dos meus próprios olhos, no último pulsar da luz na tela, o toque da pele na colcha usada. Encolher-me e sentir o queixo nos joelhos, piscar, abrir, fechar os olhos no escuro. Fechar o corpo. Fechar o mundo. Até que os outros se tornem apenas o termo e nada mais. Que ocupem o medo e a esperança, que se percam a vontade e a memória. Esse é o último eu, lost some sleep and said I tried.

Nenhum comentário:

Postar um comentário