sábado, 9 de janeiro de 2010

Este é...

...um trecho do que pretende ainda continuar andando, convido e agradeço a quem quiser caminhar junto. =)

Quantos nomes de barcos não naufragados você é capaz de listar? Faz algum tempo que tenho navegado por aqui e me pergunto se um dia alguém irá mover águas para buscar algum tesouro que, por acaso do meu presente futuro, eu possa vir a guardar. Alimento-me de estórias, histórias e lembranças. Minhas, suas, dos que me guiam. Do que encontro e do que vou de encontro à. Há arranha - céus sob mim e, sob eles, casas, e sob as casas, ao redor e dentro e entre as casas e arranha - céus, pessoas. Há pessoas sobre mim e sobre as ruas que estão sob as casas. Há pessoas em cada poro dessa terra. Ouvi dizer que sempre haverão pessoas onde houver vida e se não houver vida, pessoas trarão pessoas. Por um tempo, senti o toque da água logo aqui embaixo mim. Deslizando por minha barriga e me fazendo cócegas, mas aprendi a voar antes que ,como todos o outros barcos, eu me tornasse insensível. O tempo cobrou a razoável quantia de um ano para preparar-me para o vôo, muitas páginas aconselharam com o que sabiam e na maioria das vezes, sabiam apenas as outras páginas que deveriam saber de verdade. Todos os princípios importantes da aerodinâmica foram postos à prova e à prática. O pensamento positivo, a lembrança feliz, a magia do natal e, claro, os balões coloridos de hélio. E fizemos questão que de todos os três trilhões, setecentos e catorze balões, nenhum possuísse uma cor repetida, para garantir que o vôo não seria prejudicado pela ausência de tonalidades. O pensamento feliz parecia suficiente para me tirar do mar, mas não para manter-me nas nuvens. A essa altura dos estudos, quase toda atual tripulação estava presente, cada um com suas razões, poesias, fugas, curiosidade e loucura. Mas o capitão ainda não tinha o quepe, que dá todo esse charme ao capitão, seu quepe mágico. No dia do meu primeiro vôo, ele veio a tornar o mar umas três gotas mais salgado, mais profundo, mas não foi o único de olhar alterado. Chamo-me Esperanza e nem sempre uso a correta colocação pronominal. Tenho esse nome não escrito, mas colado em meu casco, com letras feitas de papel de jornais, revistas e de uns posters de cinema antigos. Esperanza com os olhos da Audrey Hepburn no “z”.

Um comentário:

  1. ah sim.... jah tinha saudade... estou eu aki de volta adorando de novo os teus textos... naum me canso de ler neh?!

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