quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Um bilhete para N.

Querida complicação,

Porquê deixar aquelas flores exatamente onde estavam, eu ainda não sei, só não me pareceu certo fazer qualquer contrário. daqueles crepúsculos que tinhamos guardado, estou levando o da Emily, por nada além de poder carrega-lo na minha mão. Precisava de alguma luz e você sabe como anda meu astigmatismo ultimamente. O por-do-sol que te deixo é suficiente para dividires com qualquer outro alguém, só evite colocar na geladeira de novo, assim como as bananas e o pão, não vai servir mais para ninguem se não fizer como digo. Quando volto, eu não sei nem se. Estive pensando muito nessa ultima vida alguns "e ses" sobre o mar. E se a água cortasse minhas idéias, e se ela cortasse minhas veias, se ele cortasse minha consciencia, eu estaria livre amanhã? Talvez e se, eu te traga um cavalo marinho e um palhacinho eletrico. Estou levando os poemas de Donne. Não se preocupe, não vou lê-los, mas o amassado me faz lembrar o teu seio pressionado contra a capa enquando você dorme. No mais, não sei nem se. Deixei as melodias das canções de ninar em alguma gaveta. Não me espere, mas guarde meu lugar até a ultima sessão.

te deixo o que houver de melhor fora do meu corpo.

Tua paz.

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