quarta-feira, 4 de março de 2009

Triste meio sem fim

Triste meio sem fim, com um começo estranho. Entre fios de cabelo e saliva uniam-se. Suas mãos separadas. Encontradas ao próprio corpo. Contidas ao próprio eu marcado nas paredes e no teto. Tanta individualidade espalhada em vão que acabara junto de alguém. Tanto sofrimento em vão que começara desde o momento em que a espuma se formou junto com um líquido céu instável de cores confusas.
Dor. Aprofundada em beijos e promessas. Aumentando centímetros de uma solidão jamais notada. E porque seria solidão transformada em beijos se não estava mais só. Não entenderia aquilo. Não entenderia que amor não existiria dentro de tanto egoísmo. Não entenderia o quão egoísta é o próprio amor. Amar seria mais doloroso depois de palavras. Amar era mais incompreensível aos seus lábios depois de ter provado dos lábios dela.
A pior solidão de todas era aquela que se fazia presente no agora, no antes. Degustada de maneira lenta e consciente. E a consciência era o seu medo maior. Nada lhe confundia quando estava entorpecido com o seu ego. Nenhum sentimento era consistente ao ponto de lhe causar sensações como aquelas. Entorpecido. Não se abalava com beijos. Fazia promessas em vão. Dedicava seu tempo ao seu reflexo.
Dono de uma lucidez duvidosa. Dedicava tempo aquela mulher. Dedicava mais que segundos aos olhos de um outro alguém. Seria amor? Um amor incompreensível que era sentido de forma estranha. Forçado. Forçado para que o seu eu, fosse visto de maneira mais humana. Sentimental. E se não fosse amor ao próximo, que fosse amor próprio. Se não fosse amor, era melhor nem pensar nisso. Seria designado a amar de alguma forma, a quem quer que fosse. Seria melhor que solidão engarrafada em vinho num sábado a noite.

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